20.1.09

Falta de auto-estima engorda?

A postura que você adota diante da vida pode ser um fator de risco para a obesidade. A baixa auto-estima, fruto de problemas pessoais, foi a responsável pela obesidade que levou a publicitária Mara dos Santos Riveira dos seus 52 quilos para os atuais 90.

Porém, não tem como garantir que falta de amor próprio engorda. Existem, sobretudo, pessoas profundamente inseguras que não são obesas. Mas, habitualmente, quem sofre com o sobrepeso, apresenta um nível de inferioridade mais acentuado quanto mais antigo for o histórico de obesidade.

Segundo o psicoterapeuta Marco Antonio de Tommaso, emagrecer e permanecer magro é muito mais que fazer uma dieta e atingir a sua meta. Envolve a redescoberta do indivíduo, o resgate de sua auto-estima. Ele afirma que uma pessoa que não tem confiança em si mesma, não se gosta nem sequer se valoriza, por exemplo, pode, sim, engordar repentinamente.

“Ela vê na comida uma aliada. Sem perceber, vai comendo para suprir essa carência e, normalmente, passa da conta. O resultado são os famosos quilos extras”, explica o psicólogo, que é consultor de agências de modelos e convive diariamente com problemas como esse em seu consultório.

O quadro clínico de uma pessoa com baixa auto-estima é complicado. Está presente em todos os estados psicopatológicos: da ansiedade à depressão, do abuso de substâncias à anorexia nervosa e bulimia, passando por diversas formas de obesidade e compulsão alimentar, preocupações, timidez, sentimentos de incapacidade, ineficácia, medo da intimidade, do sucesso, processos de auto-sabotagem, isolamento social e afetivo, além de transtornos sexuais.

Quanto antes o distúrbio for identificado, maior será a chance de tratá-lo. “Alguns sinais que essas pessoas dão é que elas falam o tempo todo em comida e programas que incluam algum tipo de refeição. Podem desenvolver, inclusive, comportamentos obsessivos”, exemplifica o es- pecialista, alertando que é preciso avaliar a auto-imagem e procurar ajuda quando esses sinais começarem a se manifestar.

Busque a auto-estima dentro de você

Banho de loja ou um carro novo pode ser momentaneamente prazeroso, mas não recuperam a auto-estima.Procure o autoconhecimento. Quais são as suas qualidades? Seus pontos fortes? E os seus limites? Como isso a preocupa e o que faz diante disso?
Pratique a auto-aceitação incondicional. Isso não significa “ser passiva”. Você pode ter déficits em alguns assuntos, mas nada a desqualifica como pessoa.

Auto-aceitação incondicional quer dizer “ser sua melhor amiga”, mesmo não sendo perfeita.Se você, no entanto, não está satisfeita com seus déficits, vamos ao mandamento maior. Não se lamente! Faça! Transforme as lamúrias em ação. Estabeleça metas viáveis e vá atrás.

Persevere e não se compare a ninguém

Diga “não” ao perfeccionismo. Faça o máximo que puder. Procure melhorar sempre, mas não seja carrasca de si própria. Assuma o risco dos erros. Eles não são insucessos. São oportunidades de aprendizagem. Errou? Corrija!! Caiu? Levante-se!! Quando almejamos a perfeição, estamos a um passo da frustração.

Cultive a assertividade

Ou seja, a capacidade de expressar seus direitos, sentimentos e emoções sem hostilidade. Desenvolva a empatia. Procure se colocar no lugar do outro. Trabalhe a capacidade de dizer “não” sem se sentir culpada.
Redescobrir a auto-estima habitualmente é um processo longo. Mas vale a pena.
Caso essas dicas lhe pareçam difíceis, não se envergonhe! Procure ajuda.

Efeitos do sobrepeso no cotidiano

Você sente que o excesso de peso fragiliza a sua própria postura diante da vida? Tommaso explica que isso é totalmente natural e relaciona alguns itens que devem ser observados e que podem, até mesmo, ajudar você a lidar com a situação, sobretudo no processo de emagrecimento.
Confira:

A obesidade é uma doença crônica e variada. Não existe “obesidade única”, mas “obesidades”. Na maior parte dos casos, o histórico é longo. A pessoa já fez inúmeras dietas, perdeu e ganhou peso, isso quando conseguiu emagrecer.A ansiedade e outras emoções podem estar presentes como “causa” da alimentação excessiva ou efeito da própria obesidade.

O obeso sofre discriminação social, o que prejudica sua vida pessoal, afetiva, profissional, enfim, seu funcionamento como pessoa. Como conseqüência, há o afastamento da vida social ou a criação de personagens, como estratégia de sobrevivência: a amiga legal, a gordinha simpática, a confidente e outras.

Quanto mais antigo o histórico de excesso de peso, maior a chance de comprometimento da imagem corporal, a forma pela qual a pessoa se vê acompanhada das emoções e sentimentos em relação a essa percepção. A compulsão alimentar está presente entre 25% e 56% dos casos de obesidade/sobrepeso e, se não for tratada, inviabiliza qualquer projeto de emagrecimento.

O estilo de vida, de pensamento, valores, deve ser mudado para o resto da vida. A perda de peso começa pela cabeça. Ou pode terminar nela.
Você será magra SE e ENQUANTO permanecer em tratamento. A perseverança, a tolerância à frustração, a descoberta de novos prazeres deverão ser incentivados.

Fonte: UOL

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