11.1.10

Malhação clandestina

Tome muito cuidado ao procurar uma academia. Veja que importante:

Uma em cada seis academias de São Paulo é clandestina, afirma Conselho
Irregularidade das academias aumenta o risco para os alunos

A corrida para ingressar em uma academia de ginástica, “modalidade” preferida entre as pessoas que escolhem o verão como temporada para encontrar a boa forma perdida, pode esbarrar no perigo da clandestinidade dos locais.

Durante as fiscalizações realizadas em 2009 pelo Conselho Regional de Educação Física de São Paulo (CREF-SP) – órgão responsável pelo monitoramento das academias – foi encontrado o índice de 16,1% de estabelecimentos sem registro, um risco para saúde dos clientes.

A média de irregularidade atestada em uma em cada seis academias aproxima a possibilidade dos treinos serem conduzidos por pessoas sem habilitação para a função. Os clientes ficam expostos às lesões musculares e até falhas graves de conduta, como assédio sexual por parte de treinadores.

Além disso, enumera o presidente do CREF-SP Flávio Delmanto, sem o certificado da academia, não há garantia de que os equipamentos de musculação tenham passado por manutenção adequada ou de que existam cuidados sanitários adequados no recinto.

“Durante o ano passado, visitamos os 645 municípios do Estado de São Paulo e precisamos de denúncias para agir”, afirma Delmanto. “Por isso, é muito importante que no processo de escolha da academia, a pessoa peça o registro do local e dos profissionais que atuam nele. É a garantia para que, em caso de problemas, nós consigamos agir”, completa.

Cinco denúncias por dia

Em média, o Conselho de São Paulo recebe cinco denúncias diárias sobre falhas e negligências em academias (foram 1.355 em 2009). Entre as fiscalizações realizadas – foram 1.936 entidades visitadas no ano passado – a falta de registro foi detectada em 313, contabiliza o diretor de fiscalização do conselho, Fernando Isac Soares. A situação paulista pode ser uma boa amostra do restante do País.

Segundo o Conselho Federal de Educação Física (Confef), o Estado de São Paulo é o que conta com maior número de fiscais (cerca de 10) e em outras unidades da federação a quantidade mínima sempre é de duas pessoas responsáveis pela fiscalização.

“Trabalhamos com a missão de ampliar o alcance dos nossos fiscais, para garantir a proteção das pessoas”, afirmou o presidente do Confef, Jorge Steinhildel.
A falta de registro das academias de ginástica pode potencializar os riscos provocados pelo perfil de freqüentadores desta época do ano.

Segundo Areza Gomes, gerente da academia Prócorpo, da Bahia, a maioria dos novos clientes entre janeiro e abril é de sedentários, que nunca fizeram academia e deixaram para o início do ano a tarefa de adquirir hábitos saudáveis.

Rogério de Moura, coordenador técnico da Fórmula Academia, de São Paulo, endossa as características citadas por Areza. “Por não terem muita familiaridade com as academias, essas pessoas precisam de um acompanhamento mais personalizado”, alterta.

Sem o preparo físico em dia, caso não encontrem pessoas gabaritadas para conduzir os treinos, os ex-sedentários podem machucar o corpo ao fazerem exercícios de maneira errada, para citar o risco mínimo. “Já soubemos de casos de crianças que morreram em piscinas porque não existiam treinadores com conhecimento técnico de natação na academia, por exemplo”, conta o presidente do Conselho de São Paulo.

Consumo de anabolizantes

É por meio da fiscalização também que outra prática, muito perigosa pode ser coibida. As academias de ginástica acabam como palco do tráfico de anabolizantes e outros produtos tóxicos que prometem mais massa muscular. “A redução da venda destes tipos de produto é o nosso foco de atuação e o que temos encontrado, infelizmente, nas fiscalizações”, diz Steinhildel.

De acordo com dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), ligado à Universidade Federal de São Paulo, o anabolizante foi a droga que mais ganhou espaço entre os jovens. Saiu de 0,1% de índice de uso em 2003 para 0,5% no último levantamento, em 2007, uma população que soma cerca de 200 mil pessoas.

Fonte: iG

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