Dia desses fui à uma super padaria chamada Villa Grano bem pertinho da minha casa e me deparei com um lindo e macio brioche.Como gosto de cozinhar, logo fui atrás de uma receitinha pra repetir a dose aqui em casa.
Este pão é ultra macio, combina bem com manteiga, requeijão, geléia ou mesmo puro.Quis saber também a sua origem e fazendo uma pesquisa na Net encontrei este texto abaixo que compartilho com vocês.
Ah, tem uma receitinha do pão também.
Má
"Se o povo está com fome e não tem pão, que coma brioche". A frase teria sido dita por Maria Antonieta - mulher de Luís XVI, rei da França. A multidão faminta, em frente ao palácio de Trianon, não achou graça nenhuma. Tempos difíceis aqueles. Aristocratas comiam brioches, feitos de trigo refinado. Enquanto o povo tinha que se contentar com pães de massa escura, rústica e grosseira. Feitos de vários jeitos. Com bolotas de carvalho, sementes de uvas secas, casca de nozes e farinha de cevada (em certos casos, de aveia); ou juntando restos de farelo de vários cereais, que sobravam nos campos onde eram ceifados. Sem contar o "biscuit" (bis cuit significa cozido duas vezes) - pão seco do dia anterior, rejeitado pelos nobres, novamente levado ao forno das padarias.
Aquele protesto diante do Trianon não foi o primeiro. Pouco antes a população furiosa tomara de assalto a Boulangerie du Faubourg Saint-Antoine (Paris), exigindo que lhe servissem pão branco. Não atendidos, foram até o Palácio de Versalhes. Para que o rei trouxesse de volta a Paris todos os "boulanger" (padeiros) e "petit mitron" (ajudantes de padeiro) então em serviço nos palácios dos nobres. Depois Maria Antonieta acabou presa na Conciergerie. E perdeu a cabeça numa estranha máquina que acabara de ser inventada por certo Dr. Guilhotin. Mas essa é outra história.
Certo é que o Brioche nasceu bem antes de Maria Antonieta, sem consenso quanto à sua origem exata. Para uns foi na região da Bretagne, mais precisamente na cidade de Saint Brieuc. Daí teria vindo o próprio nome "brioche", posto que seus habitantes são conhecidos por "briochins". Para outros, veio das regiões de Champagne-Ardenne e Lorraine (nordeste da França). Brioche é a mais antiga receita de massa fermentada que leva na sua composição açúcar.
Nos primeiros tempos era privilégio de nobres, consumido apenas em ocasiões especiais. Com o tempo, foi se popularizando e passou a freqüentar todas as mesas. Em cada região da França ganha formato e recheio próprios. Além da receita clássica, recebe variações com adição de frutas, passas, queijo. Depois ganhou o mundo - na Itália é "panettone" ou "pandoro"; na Alemanha, "stollen" ou "kugelhopf"; na Espanha, "pompes" ou "mouna"; em Portugal e Brasil, é "brioche"mesmo.
Mas pronunciar frases desastrosas não é privilégio de Maria Antonieta. Aqui mesmo outra mulher poderosa, a ministra do Turismo Marta Suplicy, seguiu seu exemplo. Quando aconselhou passageiros, indignados com os repetidos atrasos dos aviões, a "relaxar e gozar". Nem original foi. Que a frase "se o estupro é inevitável, relaxe e goze" já havia sido dita antes, por Tex Antoine - o homem da previsão do tempo de uma televisão americana. Maria Antonieta perdeu a cabeça. Tex Antoine, o emprego. Já a ministra, paulista e afortunada, apenas a chance de não ser arrogante.
*Texto de Lectícia Cavalcanti
Receita de BRIOCHE
Ingredientes
1 kg de farinha de trigo
150 gr de açúcar
3 ovos inteiros
20 gr de sal
1 litro de leite
35 grs de fermento biológico
12 ovos
600 gr de manteiga
Preparo
- Misture bem todos os ingredientes, até formar uma massa homogênea. Deixe descansar por 20 minutos.
- Amasse novamente a massa por 5 minutos, divida a massa em pedaços (formando bolas), e deixe descansar outra vez por 20 minutos.
- Coloque as bolas em forma de empada. Puxe a massa em cima, formando uma bolinha (é assim a forma original).
- Deixe descansar mais uma vez, por 1 hora. Pincele com ovo e asse em forno pré-aquecido em 180º.
*Lectícia Cavalcanti coordena o caderno Sabores da Folha de Pernambuco, escreve na Revista Continente Multicultural e no site pe.360graus.
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